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  • Foto do escritorNicole Micaldi

Nâmbula Mangueta

"O espaço da mulher na música está sendo aberto no braço, mas pouco a pouco vemos mais mulheres em todas as posições do mercado. É muito importante também ter referências femininas que sirvam de exemplo para outras, mostrar que a música é sim coisa de garota e que não precisamos estar em papel de coadjuvante."


Nâmbula Mangueta, banda de Rock Alternativo paulistana, está na estrada desde 2018.

A formação conta com Andrea Marques (bateria), Bruna Guilhem (baixo) e Gabe Halencar (Guita e vocal).

A posição da banda dentro do cenário musical conversa diretamente com a igualdade de gênero, em uma sociedade horizontal onde as pessoas não sejam oprimidas e obrigadas a viver uma vida que não querem.

A banda em si pode ser relativamente nova, mas as gurias já podem afirmar ver uma mudança positiva no cenário com um maior número de mulheres no palco e também no backstage, organização de eventos por time feminino (exemplo o Woman's Music Conference), uma grande cobrança pública de festivais para incluir bandas com mulheres na formação e uma maior discussão do assunto Mulher na Música.


Sobre a exposição de suas pessoalidades em letras da banda, as gurias afirmam passarem por um processo delicado, pois muitas vezes esse é o momento de exteriorizar algo que gostariam de deixar guardado. A vocalista diz que quando canta revisita as histórias (suas e das outras integrantes), passando assim por uma catarse. "Muitas letras me ajudaram a entender meus conflitos internos, escrever pra mim é tipo trazer uma outra personalidade para explicar as situações de uma forma que eu consiga processar. Dói?...dói! Às vezes a gente fica pensando se algo não é muito pesado para ser dito, mas tá aí. Os conflitos e vivências pra quem quiser ouvir."


Confira um pouco da entrevista que fiz com a banda!

MG - Como se deu o processo de criação das músicas e a gravação do disco Eu sou Nâmbula Mangueta?

As letras surgiram basicamente de conversas entre nós. No início ensaiávamos em casa e isso permitiu um pouco mais de liberdade e tempo pra criar as letras, melodias e instrumental. Todas as músicas nasceram de alguma ideia principal no violão ou uma frase, íamos falando a sensação que aquela ideia central nos causava e criando em cima. Bicicleta de E(star) foi feita através de um sorteio de frases e palavras em uma caixa; Fardo nasceu de um riff principal.

As músicas foram gravadas no Estúdio Mestre Felino em Mogi das Cruzes por Helena Duarte e Danilo Sevali. Foi um único dia de captação, então foi tudo muito intenso. A parte mais legal sem dúvida foi gravar os ruídos entre as músicas Fardo e Mantra.


MG - Como vocês avaliam a participação de mulheres na cena, tanto como artistas quanto público?

Sem dúvida há uma maior participação feminina nas duas pontas. Estão sendo criados espaços onde as mulheres estão se sentindo mais seguras e acolhidas por outras mulheres, um exemplo é o Girls Rock Camp – iniciativa que busca criar um ambiente seguro de troca musical entre garotas. Percebemos também um crescimento do público feminino em shows, isso é muito importante pra nós e pra cena que precisa de novos públicos e novos discursos, porque o velho padrão homem/hétero/branco/rico já deu né?! As Gurias (como vocês falam, rs) tem muito pra falar e muito o que somar no cenário musical como um todo e estão se qualificando de forma muito intensa e profunda para se colocar nos espaços e isso está gerando um ambiente cada vez mais profissional, o que é ótimo para todas!


MG - Quais conselhos vocês dariam para uma banda de Gurias que está começando agora na música?

Nosso conselho é: Toquem! Formem bandas, escrevam, se organizem, não dêem ouvido para as opiniões alheias, apenas faça.

A mulher enfrenta uma resistência muito grande do lado de dentro e de fora, então rompa a barreira e se coloque nos lugares.


MG - Qual seria o line-up do festival perfeito para vocês?

Bjork, Jack white, Against Me!, Chance, Far From Alaksa, Othersame, Invenus, Trash no Star, Tuíra, Joan Jett, La Burca, Pata, Deadman Dance, Sapataria, Bioma, Cosmogonia e Hayz.


MG - Quais são os próximos projetos da banda?

Nossos próximos projetos são: gravar um clipe, finalizar as músicas para o nosso próximo Ep e entrar em estúdio.


Encontre o som das Gurias da Nâmbula Mangueta aqui. Por Nicole Micaldi.



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