A cineasta Helena Solberg, filha de pai norueguês e mãe brasileira, nasceu em São Paulo na década de 1940. Se mudou para o Rio de Janeiro ainda criança e anos depois ingressou no curso de línguas neolatinas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde conheceu Cacá Diegues e Arnaldo Jabor.
Iniciou seu caminho na produção cinematográfica nacional, aos 28 anos, ocupando o lugar histórico da única cineasta mulher participante do movimento Cinema Novo. Sua primeira obra cinematográfica, o curta-metragem documental "A entrevista", foi lançado no ano de 1966. A obra aborda a temática feminista, fazendo recortes da vivências de mulheres da burguesia carioca sobre casamento, sexo e política.
Em meados de 1970, a cineasta se mudou para os Estados Unidos, fugindo da ditadura. Helena passou quase 32 anos no país, se aprofundando em questões feministas, movimento esse que consolidava seu espaço no âmbito político mundial. Em 1974, Helena volta a filmar com o curta-metragem documental The Emerging Woman. E assim se seguem as próximas obras da cineastas: Double Day (1976); Simplesmente Jenny (1979); From the Ashes... Nicaragua Today (1981); Home of the Brave (1985) e The Forbidden Land (1988).
Em 1995, a cineasta lança a sua obra mais conhecida: Carmen Miranda: Bananas is my business, um documentário ficcional que costura acontecimentos da trajetória vivida pela artista portuguesa. Na época, o filme foi premiado em mostras de cinco países, incluindo o Festival de Brasília.
É bonito de se ver a forma com que Helena volta o seu olhar para as questões/dores femininas e temas políticos. Deixando escancarado a sua digital artística e ideologia na tela, o que nos faz olhar e pensar: “Isso" é Helena Solberg!
Por Nicole Micaldi
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