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  • Foto do escritorNicole Micaldi

Maya Deren

A linguagem experimental de Maya Deren ainda influência pensadores e realizadores do cinema, sendo uma das filmografias mais estudadas e discutidas no contexto experimental.


Maya Deren usando uma câmera Bolex de 16mm


No revolucionário ano de 1917 nascia, em Kiev, na Ucrânia, uma menina chamada Eleonora Derenkovskaya. Filha de Marie Fiedler e Solomon Derenkovskaya, atuantes na área musical e psiquiátrica respectivamente. Em 1922 a família é obrigada a fugir da União Soviética, por conta do Programa anti-semitas do Estado, a crise da economia e a proximidade política de Solomon com Leon Trotsky . Agora estabelecidos em Siracusa, Nova Iorque, Solomon Derenkovsky atua no Hospital Psiquiátrico local.

Em meados de 1928 a família consegue o direito de encurtar seu nome para Deren e tornam-se cidadãos norte-americanos Em 1930, após o divórcio de sues pais, Eleonora, conhecida posteriormente como Maya Deren, passa a frequentar colégio interno na Suíça, aprendendo outras línguas ( francês, alemão e russo) e desenvolvendo sua escrita. Anos mais tarde, Deren, retorna para Nova Iorque e inicia seus estudos, em jornalismo e ciências políticas, na Universidade de Siracusa. Deren se torna ativista da Liga da Juventude Socialista, conhecendo Gregory Bardacke, com quem se casaria aos 18 anos, em 1935. Com o divórcio, em 1939, Deren, inicia seu mestrado em literatura inglesa e poesia simbolista. Termina seus estudos e em 1941 atua como assistente de Katherine Dunham (que por sua vez é coreógrafa, antropóloga, dançarina, pioneira de linguagens da dança negra e ativista do movimento negro da época). O processo de trabalho com Dunham, inspira muitos aspectos que podemos ver, posteriormente, na linguagem de Deren. Foi nessa época que Maya conheceu Hammid, um fotógrafo, com quem se casa em 1942. Após a morte de seu pai, Deren usa parte de sua pequena herança para comprar uma câmera Bolex de 16mm usada ( a foto da câmera se encontra no corpo do post), que usaram para gravar o seu primeiro e mais famoso filme, Meshes of the Afternoon (1943), que rompeu com os paradigmas de formas de processo de montagem existentes na época. Usando de múltipla exposição, ilusões e propostas inovadoras das formas de ângulos e movimentos. O filme em questão é reconhecido como um marco importantíssimo no cinema experimental.


Meshes of the Afternoon


Em 1943, Deren, passa a assinar oficialmente como Maya Deren. Em 1945 começa seu trabalho junto á dançarina Rita Christiani e a escritora Anaïs Nin, para o filme Ritual in Transfigured Time, em que trabalha a relação entre o movimento do corpo e o movimento da câmera. Nascendo aí o gatilho para que Deren se aprofundasse na expressão corporal, vindo a se tornar o nome mais importante da linguagem de videodança. Em 1946, Maya, aluga o Teatro de Provincetown, no centro de Nova Iorque, para a exibição de seus filmes Meshes of the Afternoon, At Land e Study in Choreography for Camera, no evento Three Abandoned Films, que durou vários dias. Essa ação inovadora de Deren inspirou outros atuantes da área a realizar a distribuição e divulgação de suas obras. Nesse mesmo ano, Deren, ganha um Fellowship, da Fundação Guggenheim, sendo a primeira realizadora a ganhar tal prêmio.


A Study In Choreography For Camera

Em 1947 se divorcia de Hammid. Maya passa, aproximadamente, 21 meses, entre os anos 1947 e 1955, no Haiti, filmando rituais e danças Vodu. A montagem da obra resultante de tal trabalho foi concluída, por Teiji Ito e Cherel Winett Ito, em 1981, ou seja, vinte anos após e falecimento de Maya. Em 1955 The Very Eye of Night , último filme de Maya Deren, teve sua estreia realizada no Haiti, sendo exibido em Nova Iorque somente em 1959. Casa-se em 1960 com Teiji Ito, um músico japonês, que trabalhou na produções de alguns de suas obras e a acompanhou em sua última viagem ao Haiti.

Deren morre de derrame cerebral , no dia 13 de Outubro de 1961, aos 44 anos. Suas cinzas foram espalhadas pelo Monte Fuji, no Japão.



Filmografia de Maya Deren


  • Meshes of the Afternoon (1943)

  • The Witches' Cradle (1943, não finalizado)

  • At Land (1944)

  • A Study in Choreography for Camera (1945)

  • Ritual in Transfigured Time (1946)

  • The Private Life of a Cat (1947, co-realizado com Alexander Hammid)

  • Haitian Film Footage (1947-55, não finalizado)

  • Meditation on Violence (1948)

  • Medusa (1949, não finalizado)

  • The Very Eye of Night (1952-55)

  • Season of Strangers (1959, não finalizado)


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