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  • Foto do escritorNicole Micaldi

Cora Coralina

Poeta e contista brasileira de prestígio, Cora se tornou um dos marcos da nossa literatura.

Ana Lins dos Guimarães Peixoto, mais conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, no ano de 1889. Era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacinta Luísa do Couto Brandão.


Frequentou somente o nível primário e iniciou sua carreira literária aos 14 anos com o conto Tragédia na Roça, que foi publicado no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás. Aos 15 anos, adotou o nome Cora, derivativo de Coração. Coralina, veio tempos depois para trazer sonoridade ao nome. Criou, em conjunto com outras poetisas, o semanário “A Rosa”, onde publicou alguns de seus poemas.

Em 1911 casou-se com Cantídio Tolentino de Figueiredo Brêtas, com quem teve seis filhos. Por conta do casamento, Cora se viu obrigada a deixar Goiás, indo morar em Avaré, no interior de São Paulo. Em 1922, a poeta foi convidada para participar da Semana de Arte Moderna, mas foi impedida pelo marido.


A Semana de 22 foi marcada pela presença de grandes artistas da época, entre eles destacam-se Tarsila do Amaral, uma importante artista plástica brasileira do movimento modernista e Anita Malfatti, também artista plástica,da primeira fase do modernismo.


Em 1934, após enviuvar, Cora tornou-se doceira para sustentar a família. Sem deixar de escrever, usava seus momentos livres para produzir poemas ligados à sua história e aos ambientes em que fora criada. Na época, se via mais como doceira do que como escritora. Anos depois, trabalhou como vendedora de livros e em 1936, agora morando em Andradina. Começa a escrever para o jornal da cidade e ainda se candidata a vereadora em 1951.Em meados de 1956, decide voltar para Goiás. Em 1965, com 75 anos, a poetisa conseguiu realizar o seu sonho de publicar o primeiro livro "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais".

Em 1970, toma posse da cadeira número 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Em 1981 recebe o Troféu Jaburu, e no ano seguinte, recebe o Prêmio de Poesia em São Paulo. Foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa, pela Universidade de Goiás. Em 1984 recebe o Troféu Juca Pato, sendo a primeira escritora do país a recebê-lo.

Faleceu em Goiânia, em 10 de abril de 1985, com 95 anos, vítima de pneumonia.


Cora é considerada por muitos pesquisadores como uma mulher de ideologia forte e libertária. Mesmo não incorporando o discurso feminista em sua suas obras, é inegável a sua luta contra o machismo na forma de se impor perante ao conservadorismo do contexto em que vivia. Sendo assim uma das autoras estudadas por grandes pesquisadores da área através da perspectiva de gênero. Confira a obra Meu Livro de Cordel, de Cora Coralina, em nosso drive.



Por Nicole Micaldi

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